sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013


Hospital


A vida dentro de um hospital não é fácil, requer uma dose extra de tranquilidade, outra de paciência, e 200 colheres de coragem. Aqui os dias passam mais lentamente, o medo se faz mais presente, andamos juntos eu e ele. E o que fazer? Esperar. Esperar e torcer para que todo tratamento  de certo e não judie demais, para que as plaquetas estejam em harmonia, para que os blastos digam "adeus" e para que a baixa imunidade não traga alguma infecção ou algo do tipo.
Às vezes, não é só o nosso inimigo invisível que nos assusta, mas a passagem de amigos, colegas de batalha e até mesmo de desconhecidos que, um dia estão no quarto ao lado, e no outro somente o que permanece é o leito vazio e uma saudade gigante no peito.
Temos que ter controle sobre o corpo, mas muito mais o domínio da mente, que frequentemente se torna a nossa pior inimiga. Temos que enfiar na cabeça, que aquilo que aconteceu com o outro, não quer dizer que acontecerá conosco também, e assim, continuar indo em frente, com medo em  dobro.
Muitos tornam-se quase atores, com aquele sorriso largo, só para poupar a família e os amigos. 
Outros, como eu, se desesperam, chutam o balde, se revoltam, mas continuam caminhando, porquê a esperança de um futuro diferente permanece.
Doses de tranquilidade, paciência, despedidas, medo, domínio mental, desespero, revolta... E no meio disso tudo o que sempre permanece: A alegria de voltar pra casa.
S.P

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